O humorístico de sábado à noite da Globo nunca foi aquela maravilha toda e sempre teve mais piadas sem graça do que com. Mas é fato que nos últimos, digamos, dois anos, havia conseguido alcançar um certo equilíbrio. Claro que a melhoria do padrão veio, principalmente, com o surgimento das personagens Valéria ("ai, como eu tô bandida") e sua parceira Janete. As duas apareceram, foram ganhando destaque cada vez maior até se transformarem na maior atração do Zorra Total.
Mas como tudo o que é explorado ao máximo, acaba enjoando. Foi o que aconteceu e a direção teve de buscar uma renovação. Para isso, saiu o metrô onde todas as piadas aconteciam e entrou o Kate's Kabaret, da loira brega e rica Lady Kate. O resultado é dos mais fracos e não parece ser a coisa mais certa voltar a apostar numa personagem que foi sucesso no passado, entrou em decadência — muito por "culpa" de Valéria e Janete — e agora tem uma nova chance de se dar bem. Mas os bordões antigos não têm mais graça e os personagens novos não são assim tão cativantes. O que é uma pena, porque o Zorra tem atores e humoristas fantásticos que merecem um texto melhorzinho para poder brilhar.
Assim, o que resta ao programa é deixar lá as risadas de fundo, porque assim consegue avisar os espectadores que o que acabou de acontecer foi uma piada. Porque sem aviso está difícil.
Crítica/ Odair Braz Jr
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